1 de dezembro de 2010

Óóóóóóóóói o cavaco chinês!

Estava eu tentando tirar um cochilo depois do almoço, quando tenho meu deslize interrompido pelo barulho fino e compassado de um triângulo. ‘Desperto’ com a frase: 

“Ói o cavaco chinês!”

 Na mesma hora salivei e pensei: ainda existem vendedores de cavaco chinês hoje em dia? O.O Pois é, existem sim. E continuam do mesmo jeitinho da minha infância: senhores de chinelo nos pés, com o tal instrumento na mão a tocá-lo incessantemente, a lata pendurada nas costas e o grito característico. Fora a guloseima que continua com o mesmo gostinho que tinham na minha infância. Comprei claro! O senhor que me vendeu disse que aprendeu com pai, e que tira parte de seu sustento fazendo e vendendo o doce. Não perguntei seu nome, ou onde mora. E pela idade que aparentava deve ser um aprendizado de anos.

Motivada pelo acontecido, fui eu pesquisar a origem da iguaria. E adivinhem, não achei quase nada, só a confirmação daquilo que eu já sabia.

O cavaco Chinês é um doce, feito da mistura de farinha de trigo, açúcar e água, de maneira artesanal, e por fim, prensado numa espécie de chapa. Quando pequena comprava muito no formato de charuto, hoje comprei um pacotinho com 10 cavacos “chatos” a R$ 1,00. Achei barato. Muito barato.  O.o

A guloseima é adocicada, tem aspecto de um biscoito e dissolve na boca!!!  Até os gatos comeram... E adoravam. (é eu tenho gatos gourmets... XP)

Quanto a sua origem pouco se sabe. É antiga, afirma-se nos poucos textos que a mesma surgiu na Índia, entre os pobres, e que “cavaco” significa “lasca de madeira” uma alusão a algo “fino, pouca coisa”. Então, de chinês não tem nada!!!!

O cilindro das costas, mais conhecido como “lata”, serve apenas para proteger e transportar o cavaco e o triângulo é usado juntamente com o grito pra chamar atenção. Ambos ritmados. Em Natal existe uma família que ainda produz de forma artesanal e vende a iguaria nas ruas. Será esta a família do senhor que me vendeu?

Enfim, fiquei feliz de saber que mesmo nessa era fast food, das guloseimas modernas e industrializadas cheias de “antes” (corantes, acidulantes e ‘alucinantes’), das entregas de comida pronta em casa, o vendedor simples da iguaria centenária ainda sobrevive. O sabor do passado ainda existe. Mas até quando? Será que este que eu comprei foi o último?

No mais, 
Que as suas pegadas fiquem marcadas na história gastronômica do chão da minha infância. E que muitos outros que estão por vir, ainda possam desfrutar do tal deleite que acabo de consumir até a última migalha. E viva ao Cavaco chinês!

=*'s


Ps. Não tirei foto pelo simples motivo de que todos os meus mecanismos fotográficos estão surtados...¬¬

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