3 de novembro de 2010

"Pele macia é carne de caju..." (8)

Caju. Fruto tropical, de berço tipicamente brasileiro.

Mas, você sabia que o caju não é o fruto do cajueiro? O.o. Pois é, desculpe a frustração, mas, a cria da planta é a castanha. O popular caju em si é apenas um pseudofruto. Na verdade, o caju é composto de duas partes: o fruto: a castanha; e o pseudofruto saborosíssimo e suculento, por vezes amarelo, rosado ou vermelho. Os indígenas contavam a idade a cada floração e safra da planta. Na língua tupi, “acaiu” (caju) significa “noz que se produz”.

O nosso RN está entre os maiores produtores do fruto no Brasil, afinal ele é típico do nordeste brasileiro. A “carne de caju” como outras frutas, é muito rica em fibras, sais minerais e Vitamina C. Trata-se de um alimento alternativo, já que por vezes é descartada nas cozinhas domésticas, equivocadamente, claro. É ótima aliada no combate a desnutrição.

Visando o aproveitamento integral do mesmo, deixarei de dica duas receitas. Uma encontrada na net, e uma que testarei e postarei assim que possível.

Para tirar o sumo é só espremer bem o “fruto”. Pode ser feito com a ajuda de um cortador de batatas, ou de outra maneira mais cômoda, tendo em vista que para o refogado a polpa precisa estar “tecnicamente intacta”. Esta, será levemente adocicada e depois de temperada e cozida lembra a textura de carne de frango. (Eu disse LEMBRA.)
                
              As receitas do tema são comumente feitas à base de proteína animal (peixe e carne, respectivamente), claro que a “carne de caju” não deve ser comparada nutricionalmente a tais; já que o teor de proteína dela é baixíssimo. Mas, é uma ótima opção para os nossos amigos Vegas. Os nutrientes podem se perder com o aquecimento, mas se combinada a outros alimentos como cereais pode ser uma ótima pedida quando o assunto é saúde e prazer à mesa. Então, vamos às vias de fato:

Refogado de Carne de Caju (4 Porções)

1 colher (sopa) de azeite, óleo de urucum ou azeite de dendê
1 cebola picada
1 pimenta dedo-de-moça picada (achei tão “fraquin”)
1/2 pimentão verde picado
1/2 pimentão vermelho picado
2 tomates sem pele e sem sementes picados
6 cajus espremidos no espremedor de batatas, cortado contra as fibras, em fatias finas
1 xícara de leite de coco
Sal a gosto
2 colheres (sopa) de coentro picado
Limão a gosto

Com coragem:

Numa frigideira, aqueça o óleo escolhido e murche nele a cebola picada e a pimenta. Junte o pimentão e os tomates e mexa. Em seguida, coloque a carne de caju, metade do leite de coco e salgue a gosto. Abaixe o fogo e deixe cozinhar por cerca de 5 minutos ou até o caju ficar macio e temperado. Junte leite de coco restante e deixe ferver. Prove o tempero e corrija se necessário. Junte o coentro picado e sirva com limão. Combina muito bem com arroz branco.
No clima:  


“Da manga rosa quero o gosto e o sumo
Melão maduro, saputi, juá
Jaboticaba, teu olhar noturno
Beijo travoso de umbucajá
Pele macia é carne de cajú
Saliva doce, doce mel, mel de uruçu...”



=*
Lane di Brito.

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